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28.4.05

Da cabeça ao coração

Do silêncio, um barulho se fez. E uma explosão de beleza o cegou.
Depois de avistá-la assim, meio de soslaio, ele não teve olhos para mais nada.
Só para ela.
Tudo o que existia além do macio balanço daqueles cabelos loiros desapareceu.
Toda a cor que não era o verde dos olhos dela se tornou opaca.
Todas as formas que não completavam o contorno de seu sorriso, para ele, tornaram-se retas.
Ele estava cego para o mundo.
Tinha olhos somente para ela, para sua beleza quase infantil, para seus gestos carinhosos, para seu sorriso cativante.
Aos poucos essa cegueira despropositada foi fixando aquela imagem em sua cabeça.
Até que um momento chegou em que ele percebeu que, além dos olhos, seus pensamentos também não mais o obedeciam.
Porque ele não conseguia pensar em mais nada a não ser nela.
Onde quer que fosse, não importa aonde estivesse, ele estava pensando nela.
Vinte e cinco horas por dia, pensava nela. E somente nela.
E como um martelo que desaba sobre sua cabeça, o tempo passou.
Mas ela não saiu de sua cabeça.
Ele foi se transformando, foi ficando triste por não tê-la ao seu lado.
Enlouqueceu, por fim, sem ser capaz de agüentar seu infinito querer.
Tomou uma decisão.
Resolveu tirá-la de uma vez por todas de sua mente.
E tanta força fez que conseguiu.
Ele pensava que, com isso, melhoraria de todas as mazelas.
Mas ele estava enganado.
Porque, ao sair de sua cabeça, ela foi direto ao seu coração.
E, de lá, ela nunca mais saiu.
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