Cabral e o Inusitado
A definição para “inusitado” é facilmente encontrada em qualquer dicionário. O Aurélio, por exemplo, define o termo como “[algo] não usado; não usual; incomum, estranho”. De onde essa palavra surgiu eu não sei, mas tenho sérias suspeitas de que o culpado pelo seu surgimento foi o Cabral (o Pedro Alvarez). O “inusitado” deve ter chegado ao Brasil junto com a expedição do navegador lusitano. E mesmo com toda a história conhecida sobre os fatos que precederam o descobrimento da Terra de Vera Cruz (a expedição, a saída da rota, a chegada em terras desconhecidas, o primeiro contato com um povo que falava uma língua estranha), talvez o fato mais inusitado de toda a vida de nosso patrício d´além-mar tenha ocorrido séculos depois de sua morte.
Conta o escritor Mário Prata (em crônica originalmente publicada na revista Istoé de 06/11/1999) que, em 1992, ele e uma amiga estavam em Santarém (a 100 quilômetros de Lisboa) quando, ao passar em frente a uma igreja, avistaram na entrada uma pedra antiga, com um texto de Pero Vaz de Caminha, justamente o texto do descobrimento.
— O Pero Vaz deve estar enterrado nessa Igreja. Vamos lá! – disse-lhe a amiga, que foi prontamente atendida.
Ao entrar, perguntaram à senhora que cuidava do local se a informação procedia.
— O Pero Vaz de Caminha não está aqui, não. Quem está enterrado aqui é o Pedro Alvarez Cabral. Lá na frente, ao lado direito do altar-mor.
Foram até o local indicado e, realmente, ali estava um túmulo com a epígrafe "Aqui jaz Pedro Alvarez Cabral, descobridor do Brasil". Fotografaram tudo.
Conta o escritor Mário Prata (em crônica originalmente publicada na revista Istoé de 06/11/1999) que, em 1992, ele e uma amiga estavam em Santarém (a 100 quilômetros de Lisboa) quando, ao passar em frente a uma igreja, avistaram na entrada uma pedra antiga, com um texto de Pero Vaz de Caminha, justamente o texto do descobrimento.
— O Pero Vaz deve estar enterrado nessa Igreja. Vamos lá! – disse-lhe a amiga, que foi prontamente atendida.
Ao entrar, perguntaram à senhora que cuidava do local se a informação procedia.
— O Pero Vaz de Caminha não está aqui, não. Quem está enterrado aqui é o Pedro Alvarez Cabral. Lá na frente, ao lado direito do altar-mor.
Foram até o local indicado e, realmente, ali estava um túmulo com a epígrafe "Aqui jaz Pedro Alvarez Cabral, descobridor do Brasil". Fotografaram tudo.
De repente, a amiga dá um grito que ecoa pela igreja:
— Não acredito! Não acredito! Olha aquilo!
O que aconteceu em seguida, o próprio Mário relata:
“Olhei. Juro que é verdade. Num pequeno altarzinho, acima do túmulo, uma pedra de mármore com a seguinte inscrição: A Pedro Alvarez Cabral, descobridor do Brasil, a homenagem de Paulo Salim Maluf.”
É, Cabral... se não fosse você, a luz de nossa ignorância jamais nos permitiria compreender a grandeza de tudo aquilo que é inusitado.
— Não acredito! Não acredito! Olha aquilo!
O que aconteceu em seguida, o próprio Mário relata:
“Olhei. Juro que é verdade. Num pequeno altarzinho, acima do túmulo, uma pedra de mármore com a seguinte inscrição: A Pedro Alvarez Cabral, descobridor do Brasil, a homenagem de Paulo Salim Maluf.”
É, Cabral... se não fosse você, a luz de nossa ignorância jamais nos permitiria compreender a grandeza de tudo aquilo que é inusitado.
Preciso dizer mais?
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