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18.11.04

"Outros degraus"

(a pedido)

A mágica natureza dos degraus - sejam os de Quintana, sejam outros quaisquer - reside em seu caráter metafórico, na totalidade quase absoluta do infinito de formas que podem abrigar.
Eles são, a bem da verdade, obstáculos a serem superados, desafios que quando vencidos nos fazem crescer, nos colocam num patamar mais elevado desse louco existir. Como pessimistas, diríamos que (e aqui recorro novamente a Quintana) atravancam nosso caminho. Se otimistas, veríamos em seus contornos retos uma porção de palavrinhas que nos apóiam, ajudam e dão suporte em situações complicadas. Por estar escondido, aquele degrau talvez seja uma simples representação daquilo que deveria - ou mereceria - ser esquecido: uma oportunidade perdida, uma situação dolorida, um amor que se apagou, um abraço não dado, um beijo negado, uma saudade impossível de curar, uma tela que perdeu no tempo a cor de seus contornos, um "não" que jamais devriam ter vindo, um "sim" que nunca ouviremos...
Por tudo isso, e por nada mais, é que aquele degrau escondido, apesar de suas tão próprias caracteristicas, se assemelha ao de Quintana: porque ele, mesmo sem querer, tem em si o poder de nos levar a algum lugar e a capacidade de nos derrubar, fazendo-nos cair em lugar nenhum.
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