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10.6.09

Um gato no elevador

Estava frio. Mas isso não vem ao caso.

O importante é que eles entraram no elevador e apertaram o botão do térreo.
A descida desde o décimo andar pode não ser das mais rápidas, mas certamente é uma daquelas aventuras que proporcionam às pessoas grandes chances de se deparar com fatos inusitados.
Eles iriam sair para jantar.

Na metade do caminho, o elevador pára.
Sem sobressaltos, um avanço normal nos afazeres da máquina.
Alguém no 6º andar o havia chamado.
A porta se abre.
Entra uma mulher jovem, na casa dos seus 30, 35 anos. Trazia um gato siamês no colo.
Cumprimentou-os:
"Boa noite."
Ao que responderam solícitos:
"Boa noite."
Mal ouviu a resposta, a nova passageira virou-se para o animal que trazia ao colo, interpelando-o com doçura:
"Olá gente estranha. Olha só como eu sou tímido." - e ao falar, balançava o gato nos braços, como se daqueles lábios felinos pudessem sair tão humanas palavras.
Dali pra frente, o silêncio instalou-se dentro daquele elevador.

Ele, no entanto, antes de chegarem ao térreo, teve tempo de abrir seus registros e fazer uma anotação mental. Pensou:
"Quando uma louca entra no elevador com um gato no colo e te chama descaradamente de ´pessoa estranha´, muito provavelmente já passou da hora de fazer a barba e o cabelo".

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