Artigo de Luxo
Infelizmente, no Brasil, cultura ainda é artigo de luxo (se não aos poucos afortunados agraciados com a possibilidade de saciar sua sede de conhecimento, pelo menos à grande massa – que, dia após dia, sujeita-se a condições desumanas para conseguir colocar comida na mesa de seus filhos). Por isso, nesse país tropical, fica fácil chamar o cidadão comum de burro só porque ele não conhece Jean Paul Sartre ou porque não sabe declamar um par de versos de Mário Quintana.
Essa “exclusividade cultural”, no entanto, não pode ser utilizada para condenar os tantos brasileiros que, ao invés de comprarem uma revista de qualidade (e que custa o equivalente às refeições de toda uma semana), compram uma revista de fofocas, com notícias fúteis e inúteis, mas que está ao alcance de seu bolso. Porque, numa nação em que se combatem males tão grandes quanto a fome, a miséria e o desemprego, é um absurdo que o direito de acesso ao conhecimento encontre limitações no poder aquisitivo da população.
Mesmo assim – e embora seja um absurdo jamais compreensível e aceitável – a cultura como sendo privilégio de poucos é perfeitamente explicável, já que o que há não é nada além de uma grotesca inversão de valores: conhecer o pensamento de Sartre e os versos de Quintana, muito antes de ser um ponto de segregação entre cultos e incultos, deveria ser uma opção oferecida a todos.
Essa “exclusividade cultural”, no entanto, não pode ser utilizada para condenar os tantos brasileiros que, ao invés de comprarem uma revista de qualidade (e que custa o equivalente às refeições de toda uma semana), compram uma revista de fofocas, com notícias fúteis e inúteis, mas que está ao alcance de seu bolso. Porque, numa nação em que se combatem males tão grandes quanto a fome, a miséria e o desemprego, é um absurdo que o direito de acesso ao conhecimento encontre limitações no poder aquisitivo da população.
Mesmo assim – e embora seja um absurdo jamais compreensível e aceitável – a cultura como sendo privilégio de poucos é perfeitamente explicável, já que o que há não é nada além de uma grotesca inversão de valores: conhecer o pensamento de Sartre e os versos de Quintana, muito antes de ser um ponto de segregação entre cultos e incultos, deveria ser uma opção oferecida a todos.
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