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18.1.08

Refeição às escuras

Excelências gastronômicas à parte, não é preciso ser um entendido na degustação de alimentos para já ter ouvido em algum lugar - pode ter sido no fast food detrás do estádio, pode ter sido na maison blasè mais chique da cidade - que comer é uma arte. Mais do que isso, essa atividade pode ser considerada um ritual. Em certas culturas os hábitos à mesa são tomados como indicadores comportamentais de índole e honradez.

O que fazer, então, para maximizar o sentido de todo esse culto aos alimentos? Alguns restaurantes ao redor do mundo já põem em prática uma dica: levando em conta o saber que a falta de um sentido apura todos os demais, eles trabalham sob o conceito de "comer às escuras": o cliente saboreia seu prato no breu total. Já existem restaurantes desse tipo em Londres (confira aqui o site do restaurante londrino da rede Dans le Noir?), Paris, Moscou, Zurique, na Polônia, na China e na Áustria. Além dessa experiência (sim, muito além de uma firula gastronômica, essa é uma experiência sensorial e social), curioso é notar que a maior parte dos garçons são cegos. E, quando não o são, usam vendas que tapam completamente seus olhos.

A idéia central é fazer o cliente prestar total atenção e se concentrar totalmente naquilo que está comendo. Eu realmente gostei da idéia!

Mas ainda me restam duas dúvidas: como os clientes fazem para escolher o prato se não conseguem ver o cardápio? e Qual o sistema usado pra chamar o garçom (vai na base do "ô, amigo" mesmo)?

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