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20.11.04

Por favor, parem as máquinas!

" Se eu tivesse autoridade, essa seria uma ordem. Como sou apenas eu, não passa de um pedido desesperado: por favor, PAREM AS MÁQUINAS!!!
Soltem lápis e canetas, desliguem os computadores, arranquem as folhas das máquinas de escrever, destruam os mimeógrafos, inutilizem as impressoras, queimem todo o papel do mundo, destruam os alfabetos, persigam as palavras, mandem todas as letras para o exílio! Para dizimar qualquer possibilidade de boicote a esse boicote, por favor, parem de pensar! Não filosofem mais! Deixem de criar histórias! Deixem de contá-las! Passem a ver a poesia como uma doença, e não como o remédio da alma! PAREM DE ESCREVER!!!
Isso não é insanidade da minha parte! É um caso de saúde pública: eu vou enlouquecer se as coisas continuarem desse jeito.
São tantos os livros que eu quero ler que toda uma vida parece ser tempo insuficiente. Precisaria de mais umas cinco ou seis existências para saciar minha vontade. Cinco ou seis só para citar aqueles que eu quero ler. Se somarmos aqueles que eu devo ler, bom, aí mais vale contar o tempo em zilhões de anos...
Quero deixar claro que não sou inimigo das palavras, nem vitupero a arte literária.
Neste momento, posto-me apenas como um provável doente mental na busca desesperada por um lenitivo que servirá de antídoto para sua futura maluquice... "

Manifesto de um leitor compulsivo.


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