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23.8.06

Canto à Insegurança

Sou fruto sereno da insegurança
e por incertezas não sei quem eu sou
Ainda que na vida não saiba aonde vou
no peito trago guardada a esperança

Cada respiro me enche de agonia
por um lado, benventura, por outro, a morte
Talvez quando entregue for à própria sorte
descubra feliz tudo aquilo que não conhecia

Caminho entre sombras, sem formas nem cor
perdido vagando na vida sem direção
Enquanto no íntimo ainda pulsa um coração
que não se sabe domado de dor ou de amor.

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