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18.1.06

A Humanidade em Quadrinhos

Poucas formas de expressão conseguem ser tão contundentes quanto as histórias em quadrinhos - mais especificamente aquelas tirinhas de jornal.
Aliando os traços divertidos e quase infantis de seus desenhos a uma profunda reflexão acerca dos hábitos, costumes e modos da sociedade atual, os cartunistas conseguem atingir puntualmente o centro de questões que ainda provocam desconforto no bom-senso da humanidade.
Dessa forma, tornam-se espelho da realidade, deixando claro que a seriedade e a grandiosidade dos problemas que o mundo enfrenta podem sim ser expostas de forma engraçada, divertida e cativante.

Deixo aqui a sugestão de 3 personagens que representam perfeitamente esse caráter "humano" dos quadrinhos:

* A pequena Mafalda (do cartunista argentino Quino), representa todo o anticonformismo da humanidade, mas com fé em sua própria geração. Sempre preocupada com o futuro que o mundo toma, Mafalda vive às voltas com suas reflexões sobre o racismo, as guerras, as injustiças do mundo e as deliberações vazias e sem propósito dos adultos. Uma pacifista por essência, essa jovem garotinha luta constantemente para resistir aos ataques de seu maior inimigo: a sopa.

* O cativante Calvin, que, junto com Hobbes (ou "Haroldo", na livre tradução que se faz para o português), seu fiel tigre de pelúcia e companheiro, enfrenta as mais variadas aventuras, num mundo habitados por adultos que nem de longe mostram-se capazes de compreender o mundo infinito e ilimitado das crianças.

* E, pra não deixar de fora os talentos de nossa terra, temos o incoparável Radicci: um ítalo-brasileiro que conquistou o público com seu temperamento forte, sua paixão pelo ócio e pelo vinho. Com uma roupagem regional, Radicci é um personagem universal. De modos rústicos e ideais ríspidos, ele é um alter-ego dos imigrantes italianos: um cappo que conquista a todos por seu jeito simples e familiar.
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