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27.3.06

O limite entre conscientizar e chocar

A ferramenta mais eficaz para se conscientizar a população de algo é fazer com que as pessoas recebam a mensagem com o coração muito mais do que com a razão. Fazê-las perceber que determinada atitude ou comportamento poderá trazer conseqüências ruins, dor e sofrimento não só para elas, mas como para todos aqueles com quem convivem, é uma estratégia fadada ao sucesso em quase 100% dos casos. Por essa razão, não raro é encontrar na TV ou em revistas campanhas que se utilizem de imagens forte e conceitos bem estruturados.

Aí é que nos surge a dúvida: qual é o limite para se ter certeza que o uso de imagens impactantes estará de verdade conscientizando a população e não criando por parte do público telespectador/leitor um certo repúdio em relação à própria campanha???

O limite entre conscientizar e chocar é tênue. Quando se cruza este limite, fatalmente um grande erro se comete. Qualquer conceito, por melhor que seja, perde força e credibilidade quando passa a andar ao lado do exagero. As imagens, quando extrapolam seu caráter impactante, tornam-se mudas, pobres de idéia. Elas podem, inclusive, transformar a mais bela e criativa das peças num teatro de horror barato.

Os 3 filmes a seguir foram feitos pelo Department of Environment (DOE), juntamente com o National Safety Council da Irlanda, e fazem parte de uma campanha de conscientização para a segurança no trânsito. Além do roteiro apurado e da maestrosa produção, todos têm algo mais em comum: o explícito excesso de violência!!!! Todos os 3 são um exemplo real de que, quando o limite do bom-senso é cruzado, o trabalho feito tem efeito contrário ao desejado. E uma campanha que visaria à conscientização do público consegue, quando no máximo, assustar, chocar, abalar e criar uma incômoda sensação de nojo e repulsa.



Assista ao vídeo "Could YOU live with the shame?"



Assista ao vídeo "No seatbelt no excuse"



Assista ao vídeo "Pay attention or pay the price"

Para evitar perder-se entre a conscientização e o repúdio, o bom-senso é sempre o melhor dos parâmetros.


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