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17.5.06

Eles também erram

Duas semanas atrás, pelos corredores da faculdade, ouvi 2 alunos de Comunicação Social numa conversa que seguia mais ou menos assim: "Você viu aquele anúncio do Produto X?". "Vi". "Foram os caras da ABCD que fizeram.". "Não gostei dele. Acho que ficou muito fora do conceito que eles se propuseram a passar com a peça". "O que? Você tá louco!!! A ABCD é agência de nível internacional, já levou até Leão em Cannes!!". "E daí?". "Como você pode dizer que eles erraram?".

Esse fragmento de conversa comprova um dos grandes problemas do mercado profissional: o complexo de inferioridade. Esse complexo é muito comum de ser notado em ambientes profissionalizantes (universidades, cursos técnicos, oficinas, etc. etc.) e em mercados de menor expressão. No breve diálogo acima citado nota-se muito claramente a presença desta condição: o fato de determinada agência ter reconhecimento internacional por seu trabalho tornou-se, para um dos alunos, sinônimo de perfeição absoluta, "engessando" o senso crítico do acadêmico, impedindo-o de sequer cogitar a possibilidade de encontrar falhas nos trabalhos desenvolvidos pela agência.

Este vídeo da Saatchi & Saatchi feito para a associação de luta contra a AIDS National Aids Trust, por exemplo, demonstra que também quem já é "peixe grande" não está vacinado contra a humana natureza dos delizes. Quem acompanha o Verberróide sabe que algumas vezes esta mesma agência já teve trabalhos - todos de merecido destaque e evidente qualidade - expostos aqui. Neste caso, no entanto, a realidade é outra. Apesar de ter uma fundamentação bem embasada, com um conceito bem definido, o vídeo talvez perca sua força por pequenos erros de produção. Refiro-me, primordialmente, à trilha sonora que serve de pano de fundo. Não que compactuemos com a opinião que todos os temas sérios devam ser tratados com melancolia e um sorumbático senso de realidade. Nada disso. Sou, na verdade, um ferrenho defensor do "think outside the box", do "pensar no novo". Este filme, todavia, parece não ter logrado muito sucesso na intenção de tratar a AIDS com um quê de humor. A mensagem que se transmite, apesar de séria, acaba se perdendo. Ao final, é quase como se o telespectador ficasse em dúvida se essa campanha é real ou se não passa de uma brincadeira.

Assistam o vídeo "Homem Invisível" e tirem suas próprias conclusões.

Ah, só mais uma coisa: seja qual for a conclusão a que vocês chegarem, lembrem-se, por favor, de sempre, repito: SEMPRE, lutarem contra essa complexo de inferioridade!!! Porque só conhece o verdadeiro sucesso aquele que consegue, de uma vez por todas, se livrar desse mal!!!

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