Noites sem Palavras (2003)
São noites quietas,
Noites frias de sentimentos
que nas paredes ressoam a tristeza
de um olhar que se perde no escuro.
São noites paradas,
Noites cruéis de vis tormentos;
Anseios que enchem a alma com a mais
límpida e doída face da solidão;
Sonhos belos que nascem e partem,
sempre tão distantes;
Disparates intocáveis e serenos,
sem maldade, repletos de pesar...
Mas não importa.
Na verdade, tudo já deixou de importar.
No momento em que daquela pessoa
tudo se espera e nada se tem, bem...
A partir daí só restam essas
noites sem palavras...
Mesmo que nos colóquios de um amigo
procuremos relento,
augúrio algum nos trará de
encontro plácida bonança...
Ainda que sobre tormentas tentemos
erguer nossa fortaleza,
uma onda de fraqueza nos assola
e faz ruir a saída...
Rendidos, caímos
prostrados diante do infortúnio...
– triste futuro aquele que surge diante
de nossos olhos cansados –
Acabamos afogados num poço de lamúrias,
maldizendo a felicidade alheia...
Quem há de nos culpar?
Quem abrigaria tamanha vicissitude?
Pois só queríamos que a felicidade
também fosse nossa...
Estamos certos de que isso
jamais poderá acontecer!
Nos amparamos na cor opaca das
luzes sem brilho que não
iluminam os passos silenciosos...
Nos abrigamos num tugúrio
de paredes trêmulas...
Nos perdemos em confusão...
Enquanto do lado de fora,
lá entre belos e belas,
a dor lancinante não se esvai...
E o silêncio continua retumbando,
sofrido por entre os lábios da solitude
Porque tudo que se desejava
era ouvir certas palavras,
poder aspirar o perfume
embriagante de sua atenção.
Aquela voz, porém, se cala...
Alguém a cala...
Por isso não a ouvimos,
E procuramos alento nos ombros
de um amigo que de nada sabe
E tentamos esquecer
E afogamos a esperança
– Maldita que não morre!–...
Até que, por fim, reconhecemos
o que nos há de sobrar:
o triste ecoar do
silêncio de uma
noite quieta e fria.
Adequando-nos à realidade,
engolimos certezas forçadas
em troca de ilusões aspiradas
Afogamos desejos
e contemos um sentimento fujão
que corre pelo rosto.
Assim, no silêncio da noite,
Nos entregamos aos ásperos
braços da solidão
– enquanto o pensamento voa de encontro
ao acalento do abraço
de nossa última esperança –
e fechamos os olhos,
torcendo para que o dia chegue radiante,
levando de uma vez por todas
o silêncio dessas
noites sem palavras.
Noites frias de sentimentos
que nas paredes ressoam a tristeza
de um olhar que se perde no escuro.
São noites paradas,
Noites cruéis de vis tormentos;
Anseios que enchem a alma com a mais
límpida e doída face da solidão;
Sonhos belos que nascem e partem,
sempre tão distantes;
Disparates intocáveis e serenos,
sem maldade, repletos de pesar...
Mas não importa.
Na verdade, tudo já deixou de importar.
No momento em que daquela pessoa
tudo se espera e nada se tem, bem...
A partir daí só restam essas
noites sem palavras...
Mesmo que nos colóquios de um amigo
procuremos relento,
augúrio algum nos trará de
encontro plácida bonança...
Ainda que sobre tormentas tentemos
erguer nossa fortaleza,
uma onda de fraqueza nos assola
e faz ruir a saída...
Rendidos, caímos
prostrados diante do infortúnio...
– triste futuro aquele que surge diante
de nossos olhos cansados –
Acabamos afogados num poço de lamúrias,
maldizendo a felicidade alheia...
Quem há de nos culpar?
Quem abrigaria tamanha vicissitude?
Pois só queríamos que a felicidade
também fosse nossa...
Estamos certos de que isso
jamais poderá acontecer!
Nos amparamos na cor opaca das
luzes sem brilho que não
iluminam os passos silenciosos...
Nos abrigamos num tugúrio
de paredes trêmulas...
Nos perdemos em confusão...
Enquanto do lado de fora,
lá entre belos e belas,
a dor lancinante não se esvai...
E o silêncio continua retumbando,
sofrido por entre os lábios da solitude
Porque tudo que se desejava
era ouvir certas palavras,
poder aspirar o perfume
embriagante de sua atenção.
Aquela voz, porém, se cala...
Alguém a cala...
Por isso não a ouvimos,
E procuramos alento nos ombros
de um amigo que de nada sabe
E tentamos esquecer
E afogamos a esperança
– Maldita que não morre!–...
Até que, por fim, reconhecemos
o que nos há de sobrar:
o triste ecoar do
silêncio de uma
noite quieta e fria.
Adequando-nos à realidade,
engolimos certezas forçadas
em troca de ilusões aspiradas
Afogamos desejos
e contemos um sentimento fujão
que corre pelo rosto.
Assim, no silêncio da noite,
Nos entregamos aos ásperos
braços da solidão
– enquanto o pensamento voa de encontro
ao acalento do abraço
de nossa última esperança –
e fechamos os olhos,
torcendo para que o dia chegue radiante,
levando de uma vez por todas
o silêncio dessas
noites sem palavras.