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24.12.05

O Bolo dos Comuns

Diz um antiga lenda mitológica que todos os deuses, divindiades, seres épicos, seres fantásticos e demais consortes que apenas passavam por ali por serem bicões por natureza, numa tarde de domingo se reuniam no Olimpo para fazer uma grande festa em celebração às celebrações de todos os domingos.
Resolveram, então, fazer um bolo para comemorar.
Cada um ali presente foi adicionando um ingrediente, dando sua contribuição para que o bolo crescesse e se tornasse uma verdadeira gostosura, digna dos deuses. Todos ali presentes, esquecendo de qualquer ambição pessoal que porventura pudesse fazê-los destacar-se em meio aos demais, contribuiu com sua parte para a criação comum.
Assim surgiu o "Bolo dos Comuns": uma metáfora para a vida que tem como ingredientes cada um de nós, pequenas partes desse conjutno, que, ao contrário daqueles que aqui no puseram, lutamos com todas as forças para destacarmo-nos dentro desse aglomerado de seres, credos, vontades e personalidades. Cada um tentando escrever sua própria história para deixar de ser apenas "mais um" ingrediente. E este é o maior mistério da vida...
Como é bom viver!

22.12.05

Início e final

Toda história é parecida. Todas começam do mesmo jeito.
Chega um dia em que você, quando abre os olhos, já existe: passou a ser uma pessoa.
Muitos chamam esse dia de nascimento. Alguns dizem que é o primeiro dia do fim. É certo que a partir do momento que nasce a pessoa já começa a morrer. Mas o que vale mesmo é o que se faz no meio tempo que separa os dois dias.
As crianças nascem puras. Sua mente vem vazia - a não ser por um ou outro instinsto natural que ocupa muito mais espaço no campo dos sentimentos do que da razão propriamente dita.
Aí elas crescem. E no Natal já começam a chorar se ganham um presente que não seja grande, torcem o nariz para as roupas e passam a conhecer a utilidade da chantagem emocional.
E elas crescem mais. Viram adolescentes. Começam a ter cheiros estranhos e uma incompreensível facilidade para ir contra todas as normas, desrespeitar todas as regras - principalmente se for com a intenção de ver um olhar de raiva na cara de um adulto.
E não páram de crescer. E viram jovens. E entram na faculdade. Começam a desenvolver seu senso crítico. É nessa fase que aparecem os primeiros sinais de liderança e os primeiros sinais de falta de esperança. Aqui, cada qual pensa que pode acabar os males do mundo - quando, na verdade, só o que quer é simplesmente ser alguém na vida.
Mas mesmo aqui eles crescem... E certo dia percebem que já estão se contentando apenas em conseguir pagar as contas no final do mês.
É nesse ponto que paramos de viver.
E é aqui onde nosso espírito morre, deixando para a existência apenas um corpo que vai se arrastar dia após dia até encontrar o dia em que, finalmente, poderá descansar.
Toda história é parecida. Se prestar atenção, você vê que todas elas terminam da mesma forma...
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