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24.1.06

Um sonho ruim

De repente, tudo parou.
Ele olhou para os lados. As coisas continuavam ali, mas já não se moviam.
O ar ainda era o mesmo ar de segunda-feira, mas já não era como antes.
Sentia algo pesado pairando acima de sua cabeça.
"Estou ficando louco" - pensou.
Talvez estivesse mesmo.
Olhou pela janela. Lá fora a chuva caía, sinal de que, apesar de tudo, a Terra ainda girava.
"O que será que..." - nem conseguiu completar o pensamento, sua mente cedeu lugar a uma mancha branca, estéril de idéias e convicções.
Assim, de uma hora para a outra, ele já não sabia mais quem era. Não sabia onde estava, muito menos qual a razão de estar ali.
Caiu de joelhos. Se entregou ao primitivismo que ainda lhe acompanhava. Fez a única coisa que poderia fazer: começou a chorar.
Esse vazio, a sensação de não pertencer ao mundo, de não saber qual o seu lugar, apertou-lhe o peito. O barulho da água da chuva atingindo a janela só servia para deixá-lo ainda mais desesperado.
"Estou ficando louco..." - lamentou-se.
Rastejando pelo chão do quarto, chegou até a cama. Ergueu o corpo. Lançou-se aos lençóis. Tentava se acalmar. Fechou os olhos. Queria dormir. Queria, mais do que tudo, convencer-se de que estava sonhando acordado, de que aquilo não passava de um sonho ruim...
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