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28.9.04

3 de Outubro

As eleições são o ponto máximo de nosso exercício de cidadania.
Mas tantas já se passaram e tantos candidato já subverteram tudo em que acreditávamos ao elegê-los que, hoje, mais de uma década depois da retomada do sistema de voto direto no Brasil, somos levados a nos perguntar de que vale a eleição.
Fomos levados a acreditar - embora erroneamente - que os "elegíveis" são todos iguais.
Diante das incertezas que acompanham todas as escolhas que fazemos na vida, há uma sugestão para aqueles que quiserem minimizar as conseqüências de seus atos, tirando de cima de seus ombros o peso de uma escolha consciente: no dia 3 de Outubro, vote errado.
Não procure analisar proposta de governo, planos de campanha e a integridade moral dos candidatos. É perda de tempo tentar encontrar alguma qualidade neles. Termos como "honra", "respeito", "lisura", "bom-senso" e "responsabilidade" só fazem parte de seu vocabulário nos 6 meses que antecedem a ida às urnas. Depois, tudo é esquecido: as promessas feitas, os compromissos assumidos, a confiança depositada pelo povo...
Escolha um candidato ao acaso. Ou melhor, vote naquele que tiver um perfil mais duvidoso. Naquele que certamente irá desviar verbas públicas, transformar seu gabinete num cabide de empregos, fechar seus olhos e ouvidos para as necessidades da população e governar apenas para aqueles a quem tem interesse de agradar.
Vote naquele candidato que distribui sacolão, dá dinheiro a torto e a direito e oferece vantagens ilícitas, pedindo em troca apenas um voto - que, convenhamos, não serve para coisa alguma!
Venda seu voto. Assim, você terá algum lucro com a eleição.
Fugindo da responsabilidade de escolher conscientemente quem administrará sua cidade, você estará lavando suas mãos, livrando-se de toda e qualquer culpa caso seu candidato se mostre um verdadeiro corrupto.
Votar errado é - pasmem! - errado.
Mas pelo menos é uma forma de não se decepcionar assim que o 3 de Outubro passar.

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27.9.04

Artepopear - Um rompante de poesia pop

Paragônadas abissais, desmantelamento cíclico do ciclo pragmático de desmembramento hermético.
Lisonja epitáfica e desconexa. Incólume prelexo, prefixo de outras causas e razões vãs.
Verberréia psicótica, psicosinal de uma metamorfose mentecapta e sem sentido.
Mero duplo sentido de um ser sem sentido, sem senso e sem sucesso; força-motriz de fontes ulteriores.
Simples existência vazia e sem explicação.

25.9.04

Pensamento do dia


" A mágica da vida é fazer de
cada
dia o melhor de todos "


24.9.04

Estranha Sensação

É estranha essa sensação de falar para ninguém.
É como se tudo o que eu dissesse ficasse parado no ar, não respeitando tempo nem espaço. Como se tudo simplesmente ficasse congelado, suspenso. Disponível para quem quer que seja, quando bem entender.
É interessante falar desse jeito.
Pelo menos até nos cansarmos e desistirmos de tudo porque passamos a acreditar que tudo isso não passa de uma grande bobagem.
Eu, surpreendentemente, ainda não cansei...
E, hoje, Verberróide está completando 3 dias de vida...

Querer falar X Ter algo para falar.

Às vezes, do nada, sentimos vontade de falar.

Mesmo sem ter algum assunto específico ou interessante.

Queremos apenas falar.

E aí nossos pensamentos começam a se materializar em palavras que seguem umas às outras, formando frases. E as frases aos poucos vão se amontoando, dando início a uma correria verbal que não tem nenhuma outra razão, a não ser saciar nossa vontade de falar.

Em momentos como esse é que os outros dizem que falamos demais, que somos tagarelas.

E de que importa? Se o que queremos é falar, simplesmente falar, sem nos preocupar em dar algum sentido ou trazer algum interesse para nosso discurso, então falemos!

E nos deixemos levar pela envolvente natureza das palavras, mesmo que elas nada queiram dizer e que sua única razão de ser seja nossa incontrolável vontade de vê-las - e ouvi-las - ecoando por nossa boca.

* * *

Há momentos em que temos algo a dizer.

E aí, não porque procuramos dificultar as coisas ou porque somos anti-sociáveis, utilizamos frases curtas, estruturas bem definidas e palavras fortes. Nesses momentos, somos concisos. Resumimos nossos pensamentos até chegarmos ao limite do estritamente necessário para fazermo-nos compreender. As idéias que saem da nossa boca se concentram em apenas alguns termos que transmitem tudo aquilo que queremos dizer. E quem nos escuta, compreende nosso ponto de vista e discorda - ou concorda - com aquilo que defendemos.

Nesses momentos, a beleza de uma frase lindamente elaborada torna-se menor do que o peso de um raciocínio bem formulado.

Mas mesmo nessas ocasiões não nos tornamos menos poetas do que oradores.

23.9.04

O 1º encontro com este lugar...

Uma tarde calma. Nada diferente de tantas tardes calmas.
Não... Isso não é bom...
Quero algo diferente, algo novo.
Que tal... imaginar?
Sim. Pode ser bom.
Imaginemos, então...

" Vejo as portas fechadas à medida em que me aproximo. Paro à entrada, com minha mão cerrada em punho, buscando a porta na inútil tentativa de chamar a atenção de alguém. Sei que é um movimento inútil. Talvez não mais inútil do que desnecessário. Não preciso bater na porta. Os pensamentos precedem minhas ações e, quem sabe por essa razão, antes mesmo de meus dedos chocarem-se contra as grandes portas de madeira concreta, ouço um ranger de engrenagens. Lentamente, como se julgando-me merecedor apenas desse rastejar sem pressa, as portas se abrem... E um cenário até então inimaginável surge à minha frente. Um salão muito maior do que meus olhos são capazes de definir. Um espaço sem limites, sem fronteiras. Fico espantado com o que vejo. E pela surpresa sou rendido até que, sucumbindo a uma voz agitada que, dentro de minha cabeça, grita 'Vá! Vá em frente! Você é capaz!`, dou o primeiro passo. E entro nesse mundo... "

Se isso houvesse de fato acontecido, teria acontecido algum tempo atrás. E hoje eu teria me tornado aquilo que realmente sou: o anfitrião deste lugar que, ora, reconheço como minha casa.
Se não fosse tudo imaginação, essa seria exatamente a forma como eu me apresentaria pela primeira vez a este lugar. Seria exatamente com essas palavras, nessa seqüência de ações, que eu lançaria ao ar as primeiras de muitas palavras que ao ar pertencem, e que no ar - seu lugar de direito - permanecerão por muito, muito tempo...

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