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4.5.06

O fim das mídias tradicionais... Será?

Com o avanço das informações e o progressivo desenvolvimento das tecnologias, a todo momento cresce o furor sobre uma possível "extinção" das mídias tradicionais (como televisão e revista). Não sem razão, o grupo de pessoas que defendem a tese "exterminista" usa como argumento, além da própria evolução da sociedade - e, conseqüentemente, de suas necessidades - o fato de que o século XXI, nesse início, vem se caracterizando como o século da "interatividade". Dizem que o espaço para a comunicação one way está ficando cada vez mais restrito. As pessoas não querem mais apenas ver, ouvir e ter suas cabeças preenchidas por apelos, pedidos, e tentativas de convencimento. O que elas querem é participar, assumir de forma pungente o papel de parte integrante do processo de comunicação. Assim com afirmam Al e Laura Ries, em seu "A Queda da Propaganda - Da mídia paga à mídia espontânea", a eficácia da propaganda diminui à medida que o volume cresce e os consumidores passam a encará-la como "algo a ser tolerado" (tudo bem que o livro peca pela excessiva importância que confere à RP na construção e manutenção das marcas de sucesso - mas essa já seria uma outra discussão).

Diante do panorama atual, é impossível não dar razão aos argumentos dos "exterminista". Ainda assim, sinto-me incomodado ao ver afirmações do tipo "e tem anunciante que ainda gasta toda verba de marketing em televisão, jornal e revista" em sites voltados à publicidade. Sou da opinião que essa moda da tecnomania, esse princípio de repúdio à forma tradicional de se fazer propaganda, tem, sobretudo, um quê de ufanismo. Da mesma forma que, décadas atrás, não se concretizaram as previsões de que o VHS (e mais recentmente o DVD) acabaria com a magia do cinema, nem de que os e-books transformariam os convencionais livros de brochura em quinquilharias de colecionadores, acredito que a revista, o jornal e a televisão ainda se manterão firmes por muito tempo. Além de acreditar, torço por isso!!! Não só pelo fato de ter uma queda especial por essa "moda antiga" de se fazer publicidade; mas também porque tenho absoluta convicção de que, apesar de corriqueiras, folhear uma revista (nem que seja só para ouvir o barulhinho das páginas sendo viradas), viajar nas ondas do rádio (no ritmo das músicas, deixando a imaginação fluir junto com a voz do locutor) e passar algum tempo diante da TV (nem que seja apenas para dar boas risadas sem compromisso) são atitudes que ainda mantêm o seu charme.

Diante de toda essa discussão, prefiro ater-me a uma única conclusão: as mídias alternativas, ao invés de uma "substituição" do modelo tradicional, representam um upgrade nesse modelo. Ao invés de anular suas predecessoras, elas vêm para somar-se a elas, oferecendo à sociedade moderna muito mais alternativas para o saciar de suas exigências e necessidades.

Mesmo porque, apesar do que crêem alguns entusiastas das "tecnologices", o século XXI ainda não está pronto para romper de vez os laços com o passado.

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