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30.4.06

A polêmica da vez

Provavelmente seja mesmo apenas coincidência. Até porque, em época de Copa, não é muito difícil de se imaginar que o maior pesadelo de um jogador de futebol seria vestir a camisa e jogar pela seleção adversária.

(clique nas imagens para assistir)

Ronaldinho Gaúcho, como titular das seleções italiana, mexica e espanhola, num comercial para a empresa de telefonia Oi.



Diego Armando Maradona, cantando com muito orgulho o Hino Nacional Brasileiro, para o Guaraná Antártica.

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Brasil no FIAP 2006

O Festival Ibero-Americano de Publicidade (FIAP), na versão 2006, termina com números positivos para o Brasil: 91 prêmios e mais 2 GPs conquistados.

Com 17 Ouros, 31 Pratas e 43 Bronzes, o Brasil terminou na segunda colocação em número de peças premiadas na 32ª edição do Fiap, realizado na cidade de Buenos Aires. O País ficou atrás apenas da Argentina, que teve 19 Ouros, 44 Pratas e 40 Bronzes, mas não levou nenhum GP. Em terceiro aparece a Espanha (com 11 Ouros, 27 Pratas e 45 Bronzes).

O Brasil ainda conquistou os GPs de Rádio, com o spot "Internet", desenvolvido pela Giovanni,FCB para a cerveja Kaiser (clique aqui para ouvir o spot premiado), e de Via Púbica, com o outdoor "Caído" (que você vê abaixo), criado pela JWT Curitiba para o HSBC.

O desempenho no certame deste ano superou o da edição anterior, quando o país conquistou apenas 39 prêmios (9 Ouros, 10 Pratas e 20 Bronzes) e nenhum GP.


(Fonte: Meio & Mensagem Online)

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Ver a vida por um outro ângulo

Quem já não ouviu a célebre recomendação "você tem que aprender a observar a vida de um outro ângulo" saída da boca de um pai, tio, avô, ou até mesmo de um guru espiritual? Se usarmos a memória também encontraremos aquela inesquecível - é até redundante falar isso de um filme que é no todo inesquecível! - cena do filme "Sociedade dos Poetas Mortos" em que o professor John Keating mostra aos alunos como o simples fato de observar a realidade de outra forma pode deixar a vida mais bela e cheia de poesia. Confesso que no primeiro momento em que a vi, tudo me pareceu meio desmedido. Só com o passar do tempo é que passei a entender a verdadeira lição escondida por detrás daquela metáfora cinematográfica.

Essa lição - que agora volta a figurar na mídia, com nova roupagem e visão mais mercadológica, lapidada pelo gênio dos criativos de um mundo ávido por novidades - serve também de base para estas duas excelentes campanhas:

1. "Transparente"



Vencedor do Grand Prix na categoria "Filme" no FIAP (Festival Ibero-Americano de Publicidade) 2006, este vídeo tem um conceito inovador: ele mostra a cidade de Madrid vista por debaixo de um "solo transparente".

Criado pela Contrapunto para o Metrô de Madrid, o anúncio diz: "There is a place in Madrid where you can move without limits" (Existe um lugar em Madrid onde você pode se mover sem limites).

Não é a toa que esse vídeo é considerado forte candidato ao título máximo no Festival de Cannes, que vem aí. Além do prêmio no FIAP, a peça também já conquistou Bronze no Eurobest 2005, Ouro no Epica 2005 e Ouro no Festival de Nova York 2006.

Assista o vídeo.

2. Deficiência vista de outra forma

Com uma idéia criativa que chega a ser inacreditavelmente simples, essa campanha da Euro RSCG francesa mostra como seria a vida das pessoas não portadoras de deficiências, caso as cidades fossem inteiramente adaptadas para o conforto e praticidade destes cidadãos.

Uma ótima sacada essa "inversão de papéis", que submete as pessoas ditas "normais" às dificuldades enfrentadas diariamente por milhares de deficientes físicos devido à falta de preparo e à precariedade da infra-estrutura de nossas malhas urbanas.

Assista o vídeo.


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Interação com o meio

Da mesma forma que acontece com os cartazes/cobertores, os dois casos a seguir mostram como com um pouco de criatividade e adequação do meio à mensagem uma ação publicitária pode se tornar eficiente, trazendo resultados concretos e imeditatos. Geralmente ações deste tipo - que promovem uma real interação com o meio - nos brindam com efeitos visuais atraentes e muito bem bolados.

1. No Cage

Nessa campanha, cartazes no tamanho real de animais foram "amassados" dentro de placas. Um efeito visual muito interessante, com a mensagem "No cage is big enough" (Nenhuma jaula é grande o suficiente).

Ela foi criada pela alemã Jung von Matt para a NOAH, uma ong de proteção aos animais.

2. Café no bueiro

Essa é a primeira vez que vejo alguém utilizar um bueiro como mídia!

Campanha criada para a marca de café Folger, da Procter & Gamble (líder do mercado norte-americano, com 40% de participação), a estratégia de marketing de guerrilha espalhou pelas ruas de Nova York fotos de xícaras de café impressas em vinil e colocadas em cima das tampas das saídas subterrâneas. No início da manhã, os subterrâneos geralmente emitem vapores, o que cria o efeito visual da propaganda.

A mensagem que rodeia a xícara diz: "Hey, city that never sleeps. Wake up" (Ei, cidade que nunca dorme. Acorde).

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29.4.06

Quando a gente pensa que já viu de tudo...

Realmente não sei se essa notícia é mais interessante pelo espanto que ela causa ou pelo humor da situação em si...

Hoje - Sábado, 29 de abril - acontece no Japão um torneio, no mínimo, inusitado. É uma disputa que envolve lutadores de sumô e... bebês! As regras do torneio são bem simples: os lutadores têm que fazer os bebês chorarem. Vence quem conseguir arrancar mais lágrimas. Isso seria, mais ou menos, o equivalente a uma disputa pelo título de pior babá. O Campeonato de Choro de Bebê conta este ano com a participação de 70 criancinhas.

Antes, porém, que os mais apressadinhos se revoltem, vale dizer que os critérios permitidos para incentivar o choro não envolvem - coisa óbvia! - violência, apertos, sacudidas e nem movimentos muito bruscos ou que ponham em risco a integridade dos pequenos nipônicos. Aliás, os bebês são levados a participar do torneio por seus próprios pais, já que existe no país existe a crença de que os lutadores de sumô ajudam no crescimento saudável ao fazerem as crianças chorarem.

É cada excentricidade que a gente encontra por aí, né?

Vende-se beijo

Existe uma linguagem universal? Talvez não. Provavelmente o mais perto que se chegue desse "idioma único" é o sânscrito - língua clássica da Índia Antiga que influenciou praticamente todos os idiomas ocidentais. Existem, no entanto, várias formas não-verbais de se fazer compreender (a linguagem corporal, por exemplo: um sorriso no Peru quer dizer a mesma coisa do que um sorriso na Austrália).

Além destas formas não verbais, existem também as "formas conceituais". Basicamente este formato de comunicação segue o seguinte preceito: se eu quero dizer algo e me fazer entender em todos os lugares, tudo o que tenho que fazer é encontrar um modo conceitual de transmitir essa mensagem.

Essa é, simplificadamente, a fórmula de comunicação adotada por marcas multinacionais para a publicidade global de seus produtos. Um comercial veiculado na Argentina, por exemplo, muitas vezes é idêntico a um comercial veiculado no Brasil, que por sua vez não muda uma vírgula em relação a um comercial veiculado na Europa (respeitadas, em cada um dos casos, as diferenças lingüísticas).

E é exatamente nesse modelo de "comunicação conceitual" que se enquadra esse filme da campanha worldwide do Mercado Livre (filme, aliás, que está fazendo o maior sucesso aqui no Brasil - da mesma forma que acontece nos países de língua hispânica nos quais ele é veiculado).


(Clique na imagem para ver o vídeo na sua versão original)

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28.4.06

Onde estão todos?

Se existem duas coisas que combinam melhor do que Copa do Mundo e propaganda de cerveja ninguém descobriu ainda. Por isso é de causar espanto esse aparente "silêncio" das empresas do ramo cervejeiro numa época tão propícia à intensificação das ações de marketing - e, conseqüentemente, ao aumento das vendas e dos lucros.

Além da Skol, até agora só a Brahma utilizou a Copa do Mundo como estratégia criativa (aliás, há de se destacar a ótima associação de idéias utilizada pela Brahma no mote de sua campanha, encontrando no simpático tema "traz mais uma estrela pra cá" uma saída para evitar a utilização do horrível termo "hexacampeão"; ainda que a velha estratégia de ter na frente das câmeras artistas e cantores interpretando composições especialmente feitas para a ocasião seja bem batida e maçante - até mesmo porque essas personalidades acabam fatalmente sendo as mesmas personalidades vistas algumas semanas atrás nos comerciais de outras marcas e produtos).

Fiquemos, então, de olhos bem atentos para o que ainda está por vir.

Será que as demais cervejas deixarão passar essa data rica em oportunidades?

Sinceramente? Acredito que não.

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27.4.06

Tabelinha bem feita

O erro mais temido por todos aqueles que escrevem para a internet é o pecado da redundância. Num meio que se multiplica a cada instante, recorrer sempre aos mesmos temas é o primeiro tópico na cartilha de "como fazer seu site receber cada vez menos visitas". Sem falar que é pura chatice! Mesmo assim, já que estamos passando por um período de alta sazonalidade, neste post nos permitiremos ser repetitivos. Vamos voltar a falar de temas já abordados por aqui: futebol (ou, mais especificamente, Copa do Mundo) e cerveja (ou, mais especificamente, a Skol)!

Tudo bem que essa já não é aquilo que poderia ser chamado de "novidade", mas o filme da Skol feito para a Copa do Mundo não poderia passar em branco. De responsabilidade da F/Nazca (a mesma culpada pelos botões dançantes), o vídeo "Trave" destaca a inovação, a ousadia e a irreverência características da marca, refletindo o espírito jovem e dinâmico de seu público consumidor. Seguindo a linha adotada em peças anteriores, ele mostra como seria uma decisão Brasil-Argentina "se o cara que inventou o futebol bebesse Skol" (com direito, inclusive, a jogador argentino "chutando a trave" - genial!!!).

Uma campanha que pode ser apontada como resultado de uma tabelinha perfeita entre oportunismo de ocasião e humor bem trabalhado.

Veja mais informações sobre esta campanha no site da agência.

Assista o vídeo.

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23.4.06

Skol "non-sense" Beats 2006

A cada nova campanha de comunicação a Skol surpreende. Inovação, humor, presteza e sagacidade, sempre presentes, dividindo espaço com aquele non-sense quase absurdo que dá um toque de leveza à realidade, deixando tudo mais gostoso de se ver. Palmas para a Skol! Palmas, também, para a F/Nazca - a agência responsável pela idealização dessas "maluquices".

O filme da campanha de divulgação do Skol Beats 2006 não poderia mesmo passar em branco. Nele, botões de uma mesa de som aparecem dançando pelas ruas de São Paulo. Certamente este vídeo está entre os melhores já feitos para o festival, ocupando um merecido lugar ao lado daquele clássico comercial dos efeitos sonoros numa linha de produção de cerveja.

Assista o vídeo. No mini-site Invasão Beat você pode conferir mais aventuras dos "botões dançarinos" pelas ruas da cidade.

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21.4.06

Preocupante constatação

Basta uma olhada rápida pelas páginas das revistas, pelos canais de TV (tanto aberta quanto paga) e pelos sites da internet para dar-nos conta de uma preocupante constatação: o número de campanhas contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes parece se multiplicar a cada dia!

Sabendo das barbaridades que o gênero humano é capaz de causar, aliando a isso a certeza de que em momentos como esse a publicidade é uma ferramenta que procura chamar a atenção da população para uma realidade que deve - muito rapidamente! - ser mudada, nos resta apenas uma profunda tristeza e aquela velha pergunta ainda sem resposta: onde vamos parar?

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Diferentes estilos para públicos também distintos

O anúncio feito pela DDB da Bélgica para uma associação de combate ao abuso infantil, mostrado no post anterior, serve também de exemplo para ilustrar a importância que se deve dar ao elo final da cadeia de comunicação, ou seja: ao público. Apesar do aparente excesso cometido em sua criação, um anúncio como aquele - criado para atender o firme propósito de conscientizar a população belga - pode sim ser considerado uma grande peça! Simplesmente porque, para o público a que é destinado, ele se encaixa como uma luva.

O padrão europeu de comunicação demonstrado ao longo dos últimos anos deixa claro a existência de uma "diversidade regionalista" no que diz respeito aos conceitos, valores e concepções cultivados pelas sociedades em distintas partes do globo. Pode-se verificar nesse "estilo europeu" a premissa de que a melhor forma de alertar a população para os mais graves problemas sociais é tratando desses temas controversos de forma fria, crua e direta - exatamente do mesmo modo com que esses problemas são sentidos no cerne da sociedade (lembram-se dos comerciais irlandeses conscientizando sobre a segurança no trânsito?).

É uma visão baseada em conceitos distintos daqueles que norteiam a comunicação de países sulamericanos. Em países como o Brasil, por exemplo, as campanhas de conscientização - por mais "cabeludos" que sejam os temas tratados - utilizam-se de uma linguagem mais velada e subjetiva, não tão "escancarada". O "estilo tupiniquim" caracteriza-se pelo "dizer silencioso": ao invés de mostrar a violência de uma pessoa sendo atropelada por um motorista bêbado, mostra-se a dor que a falta desta pessoa causará simplesmente apagando lentamente sua imagem de uma foto de família. Por essa razão, uma peça como o anúncio do post anterior dificilmente lograria em terras brasileiras muito sucesso. Antes disso, serviria apenas para criar um feedback negativo por parte das pessoas em relação a quem tivesse seu nome associado a uma imagem como aquela utilizada (até porque, convenhamos, quem não sentiu um nó no estômago ao ver a peça pela 1ª vez?).

Esses estilos são completamente diferentes, mas gozam do mesmo nível de aceitação e sucesso. Simplesmente porque cada um, a seu modo, sabe falar ao público a que está está destinado: um público específico, que tem suas crenças, seus gostos e suas características intrínsecas.

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Childcry

A utilização de crianças na ilustração de campanhas é algo que sempre requer muito cuidado por parte dos criativos. Por mais conceituada que seja uma idéia, por mais impactante e provocante que possa ser sua mensagem, o uso de imagens infantis pressupõe a existência de certos limites para além dos quais os propósitos se desvirtuam. A inocência escancarada - seja em páginas de revista ou nas telas de TV - não raro deixa de ser cativante para tornar-se excessivamente chocante - e até mesmo repulsiva.

Esse é o caso do anúncio criado pela DDB da Bélgica para a Kinderkreet (Childcry), uma associação que luta contra o abuso infantil. Não há como negar tratar-se de uma peça forte e impactante, mas que peca pelo excesso na intenção de "chocar para mobilizar" (muito diferente, por exemplo, do que acontece com o comercial para TV da mesma campanha, que pode ser visto no site da Childcry).

- UPDATE: A assinatura diz "Algumas lembranças você nunca pode apagar". -


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20.4.06

Um lugar qualquer

Quando o silêncio volta e tudo o que se escuta é o vazio por onde antes passaram palavras exaltadas, só o que sobra é aquele aperto que nos obriga a empapuçar os olhos com lágrimas.

Quando esse silêncio volta e tudo que se escuta é o próprio coração acelerado, só nos resta o infantil desejo de ver o tempo voltar. Tudo seria melhor naquele tempo em que os problemas simplesmente não existiam porque tudo se resumia à felicidade de um abraço. E não havia a necessidade de encontrar algo além desse abraço.

Quando o silêncio volta e tudo o que se escuta é o grito sofrido das próprias lágrimas, só o que nos resta é esse sincero desejo de voar. De voar para bem longe daqui, para um lugar qualquer...

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16.4.06

Já que o assunto é Copa do Mundo...

O ramo de atuação é o mesmo. O direcionamento da campanha de comunicação, também. Trata-se, contudo, de uma empresa distinta: assim como sua concorrente direta, também a Adidas utiliza a Copa do Mundo como mote de sua estratégia publicitária internacional.

A série "Impossible Team" ("Time Impossível") mistura realidade e ficção, colocando num mesmo plano craques da atualidade - como o brasileiro Kaká e o inglês Beckham - e as lendas do passado Franz Beckenbauer e Michel Platini. Ambientado num bairro da Espanha, o primeiro filme da série mostra os garotos Pedro e José preparando-se para uma pelada. À medida em que os jovens "escalam" seus times, percebe-se que seus jogadores são ninguém menos do que grandes astros do futebol profissional. Basicamente, os garotos realizam nessa escalação o sonho de qualquer menino: ter em seu time jogadores do nível de Cissé, Kaká, Zidane, Raúl, Beckham, Defoe, Khan, Lampard e - surpresa! - Beckenbauer e Platini (que aparecem rejuvenescidos para disputar essa partida).

Ambos os vídeos da série "Impossible Team" foram dirigidos pelo tcheco Ivan Zacharias, e fazem parte da grande campanha publicitária "Adidas World Cup + 10", da agência 180 Amsterdam. Em breve os filmes estarão disponíveis no site da produtora Stink.tv e no site Smuggler (que tem trabalhos anteriores do diretor Ivan Zacharias). Por enquanto, eles podem ser vistos no microsite da Adidas.

(Mais informações também no comunicado de imprensa lançado pela empresa)

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15.4.06

Joga Bonito


Mais 3 vídeos da campanha "Joga Bonito" da Nike - que você já viu por aqui - estão no ar. Agora, dos 8 filmes programados, 4 já podem ser vistos no site que a Box1824 / Live Ad criou para ajudar a disseminar a campanha

Nestes vídeos o foco está na comunicação dos valores necessários à prática do esporte. Alegria, garra e honra são alguns desses valores, personificados pela presença de ídolos dos gramados como Ronaldinho Gaúcho, Rooney e Henry, respectivamente.

Vale a pena conferir também o site da campanha.

(E a contagem regressiva continua: faltam 53 dias para a Copa do Mundo!)

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14.4.06

Support the homeless

Nesse mundo saturado de informações e apelos comercias, buscar um lugar ao sol é extremamente complicado. O que fazer então para ser notado? Pensar além, pensar no inusitado, buscar o novo, o famoso "think outside the box", já é um bom começo...

Esta ação da Leo Burnett para o Exército da Salvação certamente não teve problemas para encontrar o seu espaço. A idéia consistia em utilizar cobertores como se fossem cartazes. Presos em muros, os cobertores espalhados pela cidade traziam o texto: "Ajude os desabrigados nesse inverno. Se você está com frio ou conhece alguém que está, por favor, pegue esse cartaz."

Aliar criatividade e adequação do meio à mensagem... Parece fácil, não?

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Tá na Mídia

Notícia para quem gosta de rankings e publicitários de plantão:

A revista argentina LatinSpots, publicação especializada em criação publicitária, organizou uma lista que aponta as 50 agências ibero-americanas com melhor desempenho em festivais de criação. Segundo a revista, este ranking tem por objetivo proporcionar ao mercado mundial informações sobre o desempenho das agências da região em festivais de níveis regional e internacional.

Para a construção do ranking foi levada em consideração a pontuação obtida por várias agências nos festivais em que participaram. A LatinSpots somou os pontos e prêmios obtidos entre janeiro e dezembro de 2005 nos seguintes eventos (atribuindo a cada um determinada pontuação): Cannes (10 pontos), Clio (8 pontos), El Ojo de Iberoamérica e Fiap (7 pontos), The One Show e D&AD (6 pontos) e El Sol (5 pontos).

O ranking é liderado pela brasileira AlmapBBDO, com 1802 pontos. Além dela, outras agências brasileiras também aparecem na lista: DM9DDB (3ª colocada), JWT (12ª), F/Nazca (20ª), Ogilvy (21ª), Agência Click (27ª), Euro RSCG 4D (34ª), Ogilvy One (40ª), Leo Burnett (43ª) e Publicis (50ª).

Fonte: Meio & Mensagem Online (confira no site a lista completa das 50 agências mais premiadas)

13.4.06

Um lindo (e perfeito) epitáfio!

"Hurt". Esta é uma daquelas canções que nos deixam sem palavras. Até mesmo para defini-la é complicado. Seria óbvio dizer que ela é profunda, contundente, emocionante (e qualquer outro termo que se encaixe nesse sentido).

Composta originalmente em 1994 por Trent Reznor, do grupo Nine Inch Nail (NIN), "Hurt" conta de forma própria e introspectiva a sofrida relação de seu autor com as drogas. A veracidade com que os versos retratam sua realidade talvez seja a responsável pelo sucesso da canção - considerada por muitos a melhor composição de Reznor.

Anos mais tarde, "Hurt" atingiu - na modesta opinião de um mero fã da boa música - seu apogeu, interpretada pelo ídolo country Johnny Cash - cuja vida é narrada no filme "Johnny & June" ("Walk the Line"), que rendeu o Oscar de melhor atriz a Reese Witherspoon. O tom entristecido de Cash - já um senhor de longa vida vivida - deu uma nova perspectiva à letra. Como se não bastasse, o multi-premiado diretor Mark Romanek fez um trabalho exemplar, dando vida a um dos videoclipes mais emotivos já criados. Nesse vídeo, Johnny Cash aparece sorumbático na sala de sua casa, cantando, relembrando sua vida, seus momentos felizes, as tristezas, seus erros. A fotografia é maravilhosa - o jogo de luzes dá ao ambiente um clima ainda mais profundo. A sequência das cenas, da mesma forma, sensacional - atenção especial para a cena do vinho sendo derramado.

Mas, apesar de seu caráter sentimental, há um outro fator que faz desse vídeo uma peça única: a mulher de Cash, a também cantora country June Carter (co-protagonista do vídeo), faleceu dois meses após o término das filmages, aos 73 anos, em 2003. Johnny Cash, a lenda country, faleceu 4 meses após sua esposa, aos 71 anos, em setembro de 2003 - fato que, inesperadamente, transformou este último trabalho do cantor em um documento biográfico de valor inestimável.

Ver vídeo "Hurt" - Nine Inch Nail

Ver vídeo "Hurt" - Johnny Cash

Ver documentário sobre o videoclipe de Johnny Cash (em inglês)


(Meu "muito obrigado" a uma grande amiga e assídua leitora que, mesmo sem saber, criou o título exato para esse post: Pri, espero que você não se importe!!!)

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12.4.06

E por falar em Itália...

Continua a apuração dos votos da eleição legislativa de domingo, dia 9. Apesar dos resultados finais apontarem a vitória na Câmara dos Deputados da coalização de centro-esquerda "União", liderada por Romano Prodi, o todo-poderoso (fanfarrão e polêmico) premiê Silvio Berlusconi reluta em aceitar os resultados, alegando irregularidades na apuração. Com uma apertada diferença de apenas 25 mil votos (49,8% de Prodi contra 49,7% de Berlusconi), o atual primeiro-ministro italiano exigiu a recontagem de 43 mil votos "duvidosos". De acordo com a lei italiana, 55% das cadeiras - 340 de um total de 630 - são reservadas ao vencedor.

Pelo que se vê, não é só por aqui que a sede de poder sobe à cabeça dos governantes. Também nos países do 1º mundo existe muito político que não larga o osso.

(Atualização 20/04: Após a recontagem de parte dos votos, a Suprema Corte italiana acaba de confirmar a vitória da coligação "União", de centro-esquerda. Com este resultado, o cargo de primeiro ministro passará a ser ocupado pelo líder da coligação, Romano Prodi.)

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11.4.06

O fim do Poderoso Chefão

A polícia e a Justiça italianas estão em festa. E não é para menos: afinal, depois de 42 anos, o capo mais procurado do país caiu. Bernardo Provenzano, o grande chefão da "Cosa Nostra" (a máfia siciliana), foi preso nos arredores de sua cidade natal, Corleone - conhecida como a capital da organização criminosa italiana.

Essa cidade parece conhecida? O nome, ao menos, não é estranho... De fato, grandes são as chances de você já tê-la visto na tela dos cinemas ou nas páginas de um livro.

A familiaridade se explica: Bernardo Provenzano - não por acaso - foi a fonte de inspiração para o livro "O Poderoso Chefão", de Mario Puzo - que, posteriormente, transformou-se numa das trilogias mais bem sucedidas do cinema mundial (quem sabe, você ainda se lembre da atuação impagável de Marlon Brando na pele de Don Vito Corleone, chefe de uma família de mafiosos de Nova York; ou então do ainda jovem Al Pacino na pele de Michael Corleone).

No país que apresentou a máfia glamourizada ao mundo, o fim dessa perseguição de mais de 4 décadas não poderia mesmo acontecer de forma menos digna das telas de cinema: ao ser pego pela polícia, em uma casa de campo, sentado à mesa com uma máquina de escrever, il capo della Cosa Nostra confirmou: “Sim, sou Bernardo Provenzano”.

Um final sereno, tranqüilo, sem estardalhaço... Assim como a festa que a polícia faz por ter finalmente prendido o verdadeiro Poderoso Chefão.

8.4.06

Publicidade no melhor estilo inglês (Parte 2)

Os vídeos a seguir são da agência AMVBBDO, de Londres. São 4 filmes distintos, pertencentes a campanhas também diversas:

1 - Campanha criada para as páginas amarelas. Os filmes mostram um homem que se vê em apuros e sempre se salva em cima da hora graças às páginas amarelas.

Neste primeiro filme, o tio resolve cortar por conta própria o cabelo da sobrinha. O resultado, obviamente, é desastroso. Depois de inventar uma desculpa para a mãe da menina - que se assusta ao ver o resultado do pretenso "salão de beleza" -, o homem consulta as páginas amarelas em busca de um salão que possa remediar o estrago. O ponto forte deste filme é o humor pomposo e inteligente com o qual é temperado (impossível não rir na cena final com o homem gritando para a recepcionista do salão: "Eu sei que esse corte de cabelo não tem nada a ver com vocês, mas minha irmã está lá fora e eu quero que ela pense que foram vocês. Então você conserta isso e eu pago o dobro. Vocês são pessoas muito, muito boas!").

Talvez uma das razões para essa campanha ter caído no gosto popular seja o cuidado que os criativos tiveram de linkar um filme ao outro. Por exemplo, no próximo filme da série, o mesmo homem tenta arrumar o computador quando a sobrinha chega e começa a dar dicas, como se ela fosse "a" entendida. Aí então ele olha pra ela e pergunta: "E você quer um outro corte de cabelo?".


2 - Filme de uma campanha de conscientização. Fala sobre os perigos do excesso de velocidade. É uma peça impactante, tanto no visual quanto no conteúdo da mensagem: "Se você me atingir a 40 milhas por hora, há uma chance de 80% de que eu morra. Se me atingir a 30, é uma chance de 80% de que eu viva". Linguagem direta, precisa, sem rodeios.


3 - Filme feito para a cerveja Guinness. É uma bela peça, totalmente conceitual, que tem a sua força nos aspectos técnicos de produção/edição. A fotografia também merece destaque. Este é um dos típicos vídeos que, se não fosse o conteúdo publicitário, poderia muito bem se enquadrar no âmbito artístico dos filmes feitos para o cinema.

4 - Comercial de um programa do canal BBC Two. Uma das melhores abordagens já feitas sobre o nazismo em um comercial de TV. "Eu arrumei a sala de reuniões. Eu marquei a hora. Eu imprimi o roteiro. Eu desenhei a planta... Eu cavei as fundações... Eu abri as portas... Eu fechei a porta...". Mostrando a participação de várias pessoas no massacre de milhões de judeus durante o regime nazista, o vídeo encerra dizendo: "1.100.000 pessoas morreram em Auschwitz. 1.000.000 delas eram judeus. Mas essas mortes não foram simplesmente trabalho de alguns nazistas radicais. Um assassinato dessas proporções exige a participação de milhares de pessoas. Essa nova série explica como isso foi possível ". Vale a pena conferir!

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Publicidade no melhor estilo inglês (Parte 1)

A Inglaterra sempre teve um papel de destaque no ramo da comunicação. E, apesar de o mundo estar atingido um patamar mais igualitário no que diz respeito à criatividade, ainda é grande o respeito e a admiração com que profissionais da área observam os trabalhos vindos da terra da Rainha.

E que fatores seriam responsáveis por tamanho sucesso? O humor inteligente? A linguagem direta usada para abordar temas sociais? A capacidade de dosar na medida certa razão e emoção? A maior variedade de rescursos técnicos, o que possibilita melhor qualidade nos trabalhos executados? Ou seria a junção de todos esses fatores?

Enquanto não chegamos a uma resposta concreta - até porque muito tempo ainda será tomado da sociedade global caso se procure desvendar as origens e razões desse sucesso britânico -, o que vale é observar o trabalho desenvolvido por lá. E assim, quem sabe, tirar nossas próprias conclusões.

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7.4.06

Quem nasce pra ser estrela...

... dificilmente perde o brilho. E quem cai no gosto das pessoas, mesmo sendo um total desconhecido, fatalmente está fadado a ser lembrado por muito, muito tempo.

Você provavelmente já viu - se não viu, ao menos ouviu alguém falar de - Gary Brolsma, um adolescente americano que, num dia sem nada melhor pra fazer, ligou sua webcam, apertou o "play" e gravou, assim de forma caseira, um videoclip da música "Dragostea din Tei" (cuja tradução é algo como "Você não me levará" - bem diferente da também famosa versão "Festa no apê" do cantor Latino). Popularmente conhecida pelo nome "Numa Numa" - em referência a seu refrão -, a música do grupo romeno O-Zone serviu como um trampolim para lançar o jovem Gary à fama! Depois de colocá-lo na internet, Gary percorreu os 4 cantos do mundo, entretendo milhões de pessoas com sua coreografia empolgante e seus trejeitos... "sensuais".

E engana-se quem acreditar que foi só no mundo virtual que o jovem ficou conhecido. Depois de cair nas graças de muita gente e despertar também a atenção de grandes redes de comunicação dos EUA, Gary foi chamado para participar de programas de entrevistas das redes ABC, NBC e CNN (além dos inúmeros jornais nos quais suas palavras foram impressas - no gigante The New York Times, inclusive).

Segundo o Google Current TV, o sucesso do clipe de Gary é tão grande que ainda hoje, 16 meses após sua aparição (dezembro/2004), a procura pelas palavras "numa numa" na internet chega a ser 2 vezes maior do que a procura por "mulheres peladas". Isso sem falar nas várias pessoas de diferentes idades, raças, nacionalidades e, digamos, "habilidades artísticas" que, inspiridas por Gary, resolveram ter a sua própria "versão numa numa", dando início ao movimento viral mais contundente e representativo do momento.

Ele pode até não querer, mas o jovem Gary Brolsma terá que se acostumar com a idéia de que sua estrela, ao menos para esta geração, não deixará de brilhar tão cedo. E também com o fato de, ainda por muito tempo, ficar conhecido como sendo o "garoto numa numa".

Assista a versão original do vídeo "Numa numa", de Gary Brolsma.

Assista a versão legendada do vídeo.

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6.4.06

A força das palavras ("Abuso Infantil" - 2ª parte)

Imagens e palavras são ferramentas poderosas quando utilizadas em conjunto. Mas nem por isso perdem sua força quando separadas. Um apelo visual criativo e inteligente é forte o suficiente para transmitir uma mensagem. Da mesma forma, um título bem estruturado, que conceitualize o espírito da campanha em algumas poucas palavras, consegue prender a atenção e dar o seu recado de forma eficiente.

O tema é o mesmo. A gravidade também. O que muda é o modo com que ele é abordado. Esta é uma campanha na qual toda a força se concentra no conteúdo das chamadas. O apelo, aqui, não está naquilo que se vê, mas naquilo que é dito. Criada pela Competence para o Movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, levou Ouro no 2º Anuário de Criação Publicitária da ARP, do Rio Grande do Sul. Redação de Tiago Mattos e direção de arte de Taíse Kodama.

A assinatura diz: "Acredite na criança. Denuncie o abuso infantil. Ligue 3210.2510/0800 900 500 ou vá até o conselho tutelar mais próximo."


5.4.06

Pelas barbas do Enéas

Tudo bem. Muita gente acha política um assunto chato. Ainda assim, temos que reconhecer que de vez em quando ainda somos surpreendidos por uma novidade vinda do Congresso Nacional.

A última surpresa - certamente marcante para todos aqueles que fazem parte da geração dos anos 80 - veio de um certo deputado do PRONA, eleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos.

Aquele velho eterno candidato à presidência da república, conhecido por exasperar-se ao repetir com todas as forças o famoso bordão "Meu nome é Enéas!", o Dr. Enéas Carneiro... cortou a barba!!! Agora esta figura emblemática não ostenta mais o "adereço" que sempre lhe acompanhara em todos os palanques, em todos os comícios e debates.

Quem te viu, quem te vê, hein Dr. Enéas? Será que esse foi o primeiro passo de um movimento de moralização do Congresso? Estaria Enéas iniciando a marcha dos "cara limpa"? Seria ele um paladino da ética e da moral? A última esperança de restaurar a confiança do povo na Casa? Vai saber...

A força das imagens ("Abuso Infantil" - 1ª parte)

Dizem que uma boa imagem vale mais do que mil palavras. De fato, quando temos uma imagem que consegue transmitir tudo aquilo que queremos dizer, não são necessárias muitas palavras para explicar o que já está visualmente explicado. Assim como neste exemplo, uma campanha criada pela Publicis Brasil para o ITS - Instituto Terceiro Setor, com redação de Arício Fortes e direção de arte de André Gola.

É uma campanha contra o abuso infantil, que tem no visual toda a força de sua mensagem. Misturando o universo das crianças com o pior lado da natureaza adulta, atribuindo ao mundo colorido da infância o triste contorno da violência, os anúncios dão ao tema um ar de fantasia que faz as pessoas refletirem sobre as insanidades que acontecem no âmbito da realidade. Com o conceito da campanha sendo trabalhado de forma criativa e inteligente, fazendo uso de imagens "carregadas" e contundentes, aqui a assinatura - entenda-se: as palavras - não necessita ser menos simples e direta do que é: "Denuncie o abuso e a exploração sexual. 0800 99 0500".


4.4.06

Light secure

Eis mais uma peça da série "eu queria ter tido essa idéia".

Esse "ponto-de-ônibus-door" (alguns entendidos o classificam também como um tipo de "busdoor" - pode até ser, se formos nos ater ao sentido mais abrangente do termo) também vem lá do outro lado do mundo (lembram dos "street corners" da Ariel?). Dessa vez a ação vem da Tailândia. O que não é muito diferente é a casa de seus "criadores": o conceito nasceu das cabeças do pessoal da Saatchi & Saatchi (o que será que eles comem pra saírem com essas idéias?).

Vamos aos aspectos técnicos: criada para a empresa de lâmpadas Sylvania, o painel tem uma dupla camada de impressão. Durante o dia, apenas uma dessas camadas fica visível. Já à noite, quando as luzes se acendem, a outra camada aparece, completando o sentido da mensagem. O título diz: "Light make you feel secure" (A luz faz você se sentir seguro). Bem direto, não?



O "circo eleitoral" brasileiro


O ano é de eleição. O cenário político está conturbado. A economia, sabe-se lá por quanto tempo, resiste com bons índices. Diante deste panorama bagunçado, já não podemos mais negar que a expressão "circo eleitoral" assumiu, nos últimos meses, um sentido duramente literal. A impressão que nos fica é que deste momento até a data das eleições, a cada dia seremos obrigados a presenciar um novo espetáculo de má-conduta, acusações, falácias e muito blá blá blá. E os personagens, já tão conhecidos de todos, continuarão sendo os mesmos: os malabaristas do governo, tentando ainda equilibrar-se sobre a corda bamba, e os domadores da oposição, que procuram de todas as formas desestabilizar os até então tranquilos planos governistas.

Os escândalos de corrpução que pipocam em setores do governo evidenciam que algo de muito ruim estava sendo feito. As falhas nos príncipios éticos e morais de certos indivíduos vieram à tona. Caixa-dois, quebra de decoro parlamentar, enriquecimento ilícito, abuso de poder, omissões, falsas explicações, erros que devem ser assumidos, culpados que devem ser punidos com todo rigor: todos frutos, sobretudo, da falta de moralidade e de compromisso de determinados braços da base governista. Atitudes e comportamentos execráveis, que evidenciam a falta de respeito com que o cidadão brasileiro é tratado.

Maculada por detrás do falso rótulo de "consciente", também a oposição esbanja hipocrisia, procurando de todas as formas minar o caminho de seus adversários políticos, numa clara demonstração de que sua preocupação está muito mais ligada às eleições de outubro do que com o compromisso para com a verdade. Politicismos à parte, fica evidente a espúria estratégia de, ao se esconder por detrás do papel de "investigadores em busca da verdade que o povo tanto exige e necessita", adotar uma postura de franco-atirador, disparando para todos os lados na tentativa de angariar o maior número possível de vítimas.

A falta de compromisso com os verdadeiros interesses da nação pode ser ilustrada pelo desdobramento mais recento do "caso Francenildo": após provocar a demissão do ex-ministro Antônio Palocci (por indícios que apontavam sua participação direta na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa), a base oposicionista do Congresso agora exige que o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dê explicações sobre sua conduta perante as acusações feitas ao ex-ministro da Fazenda. Diante deste comportamento, só nos restam dúvidas: será que tudo isso tem mesmo vistas à elucidação dos escândalos que banham nosso centro político-administrativo? Ou tudo não passa de uma estratégia eleitoreira para destruir moralmente os alicerces que serviriam de sustento ao governo na próxima eleição?

Essa metáfora do "circo eleitoral" não seria no todo ruim, caso não evidenciasse um problema que há muito infecta nosso país: a colocação de valores político-partidários e pessoais em primeiro lugar, relegando os interesses e o bem da nação a um enfadonho segundo plano. As denúncias devem sim ser investigadas! Os culpados precisam ser punidos! E à população a verdade deve ser apresentada! Quanto a isso não há dúvida. O problema é que, de acordo com as posturas adotadas, nenhum dos dois lados que comandam o país demonstram estar realmente interessados em preencher as lacunas que restaram abertas. A preocupação principal volta a ser simplesmente a de desempenhar o melhor possível o seu papel debaixo dos holofotes, diante da opinião pública, para que dessa forma cada um consiga "garantir o seu", atingido seus próprios objetivos.

Ao que parece, esses espetáculos eleitoreiros continuarão ainda por muito tempo - pelo menos até Outubro, quando a população for atiçada a exercer sua cidadania através do direito do voto. Aí, então, novos personagens tomarão conta deste picadeiro. E os malabaristas e domadores terão que dividir espaço com uma nova classe, que será esquecida logo em seguida: os palhaços!

(Infelizmente já não resta dúvida sobre quem assumirá esse papel...)


* A peça que ilustra esse artigo é de autoria do estudante Mateus Rosa da Silveira, vencedor do XIV Prêmio Central do Outdoor, categoria estudantil, que trazia o tema "Ética e Moralidade. Mais que palavras, obrigações".

1.4.06

1º de Abril

Assim como todas as datas de comemorações folclóricas, também o Dia da Mentira tem várias versões para explicar seu início. A explicação mais aceita, conforme o "Dicionário de Folclore para Estudantes", do escritor Mário Souto Maior, afirma que tudo teria começado quando o rei Carlos IX, da França, resolveu adotar o calendário gregoriano e mudou a comemoração do Ano Novo, comumente celebrado numa festa que durava 1 semana, entre 25 de março e 1º de Abril (começo da primavera na Europa).

De acordo com o novo calendário, a comemoração deveria acontecer no dia 1º de janeiro a partir do ano de 1564. Alguns franceses ficaram tão irritados com a mudança que continuaram comemorando a virada do ano em abril. Para tirar sarro com a cara desses revoltados, alguns compatriotas lhes mandavam presentinhos e convites para festas que não existiam. Desde então essa data ficou conhecida como o Dia da Mentira.

Duzentos anos depois esse costume se espalhou para a Inglaterra e depois para o mundo. Tanto que até hoje os britânico costumam chamar de noodle (pateta), a pessoa que, sem perceber, acredita nas mentiras de 1º de abril. Na França, são chamados de poisson d´avril (peixe de abril); na Escócia, de april gowk (tolo de abril); e, nos Estados Unidos, de april fool (bobo de abril).

(Uma curiosidade: a expressão "peixe de abril" dos franceses diz respeito à grande quantidade de peixes nos meses de abril, quando é início da primavera e fica fácil pegá-los com anzol.)

Ariel Street Corners

Essa é uma daquelas ações que, de tão criativas, chegam a causar inveja. Todo mundo vê e pensa: "Eu queria ter tido essa idéia!".

Campanha criada pela Saatchi & Saatchi da Índia para Ariel. A assinatura nas peças diz: "Stains happen" (manchas acontecem). Levou, até agora, Prata no Asia Pacific Advertising Festival 2006.



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